domingo, 23 de agosto de 2009

( Meu ) Amor de Verão

Agrh . Abro vezes sem conta a janela do msn. Vou ao primeiro grupo, onde estão as pessoas mais importantes da minha vida. Procuro-te. Lá estás tu: online. Finges estar ocupado, mas eu, que te conheço, sei o que estás a fazer, e sorrio a essa tua doce inocência e jeito de criança. Vejo as músicas a mudarem, sempre o mesmo estilo, sempre o mesmo som, sempre o mesmo ritmo tão característico de ti, mas que à primeira vista (à segunda, terceira e quarta, talvez, até) ninguém nota, ninguém te vê assim. És muito mais do que aparentas, adoro o que está por trás dessa tua máscara de cartão, feita à pressa para um dia de carnaval, quando ainda eras criança, e que, por todas essas coisas que enfrentaste e tens enfrentado, guardaste e só a tiras, por escassos segundos, em escassos momentos de encontros fugidios e sms’s trocadas onde juramos um ao outro que só nós nos entendemos e sorrimos docemente numa cumplicidade que nos envolve a nós e a mais ninguém. Quem nos vir juntos, pensa em extremos: ou nos amamos, ou nos odiamos. Às vezes tenho dificuldade em distinguir. É engraçado. Descobri que ainda mexes comigo. O teu cheiro ainda deixa em mim uma saudade, uma vontade de te pedir baixinho para que não vás, para que não me deixes outra vez, para que fiques: só mais um bocadinho. O teu olhar que eu queria tanto perceber, que eu olho sem me cansar, em que eu me perco e te fixo, sem medo, desafiando-te até que os dois quebramos o momento a rir às gargalhas numa piada silenciosa onde eu mais uma vez te insultei, tu retribuíste e eu tentei responder. Chamem-nos infantis. Chamem-nos adultos. Tu e eu somos o que somos, e encontramos um no outro o que não encontramos nos outros. “ Percebes, não percebes?” “ Não, não percebo.” Ying e Yang. Espreito a janela, continuas lá. Percebi que vais estar sempre. Tive a certeza quando nos despedimos e me beijaste. Tão bom. Quis prolongar aquilo por tempo indefinido mas foste-te embora. Mandaste-me uma sms a explicar o porquê e pediste desculpa. O que eu queria era ter ido ter contigo, mas contive-me: tens muito tempo Sofia, pensei. O tempo passou e não te vi mais. Por um lado não estou arrependida, fiz o que na altura estava correcto, mas quero voltar para as noites à beira mar, quero molhar os pés e olhar para ti, quero encher-te de areia e dizer o quanto te adoro e és importante para mim, em desabafos disfarçados de provocações, quero passear contigo outra vez, quero sentir aquela adrenalina, chamar-te louco e irresponsável e provocar-te com ameaças suicidas em plena madrugada sabendo que nada me tiraria dali, do teu lado .


“Ele é estranho, sabes disso não sabes?”

“ Sim, sei. – respondi – mas mais do que isso, é fascinante querer sempre saber mais, entrar aos poucos no mundo dele, apesar de nos conhecermos há anos.”

“ Tu és doida, completamente doida”

“ Ahahahah, eu sei.”

3 comentários:

  1. o amor é assim, e não existe nada melhor do que o longo caminho da descoberta, não há nada como explorar aos poucos e sempre mais um algo dessa tal pessoa que nos "amarrou" tão rápido.
    parabéns, gostei muito. beijinho

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  2. "Quis prolongar aquilo por tempo indefinido mas foste-te embora."

    Estáá lindooo *_*

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  3. Olá, estava aqui a ver uns blogs e vim parar ao teu e não resisti em comentar.
    Adorei :) Cada um dos teus textos é uma delícia. Parabéns (:

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